sexta-feira, 26 de novembro de 2021

Julie San Fierro conta um pouco mais sobre os bastidores do seu visual set, o Bestiário.

Foto: Dezevecki / Edição: Julie San Fierro


Por Amanda Dombrowski


Bestiário é um Visual Set lançado por Julie San Fierro onde ela abre o seu coração e mostra todos os dramas que habitam dentro dela. “É o grito do Diego se assustando com o monstro que me tornei na vida dele”. Quer saber mais sobre essa produção? Então acompanhe a entrevista completa com Julie San Fierro.


Como surgiu a ideia de fazer esse trabalho?

Eu já guardava essa ideia há mais de um ano, em meio às dificuldades impostas pela pandemia, eu não queria fazer de qualquer jeito. Então no final deste ano, num cenário mais favorável para a cena artística, eu tirei o projeto da gaveta e vim com tudo, com o intuito de ser um material pra eu usar pra me vender pro clubes/ oportunidades.


Como foi o processo criativo e quanto tempo durou?

Bom, o conceito dark/fetichista/infernal eu já tinha faz tempo, mas foi a partir de julho que eu peguei e foquei na construção do projeto. Em julho fiz o roteiro, agosto produzi os looks, setembro gravei e outubro editei os materiais, lançando então em novembro. No meio disso, fui lidando com a produção dos meus mashups e escolha das tracks pro set. Eu terminei de editar o visual set na madrugada do dia do lançamento na verdade.


O que você quis transmitir para as pessoas com esse trabalho e por qual motivo?

A Julie sempre foi muito alegre e colorida, rindo e fazendo os outros rirem, mas ninguém sabia das angústias que eu tinha dentro de mim. Então resolvi escancarar meu lado sombrio e mostrar que eu sou um ser humano cheio de defeitos, inseguranças e paranoias. O Bestiário é sobre isso, conhecer, enfrentar e dominar seus demônios interiores. A relação Julie X Diego sempre foi (e ainda é) muito tóxica e abusiva.


Como foi o processo de produção? 

Bom, muito estressante, mas a gente tenta se divertir no meio. O dia que eu me montei pra gravar tudo foi bem desafiador. Primeiro era pra ser dia 13 de setembro, mas aí eu comecei a me montar e surtei porque minha maquiagem não ficou do jeito que eu queria, e eu já estava sobrecarregada, sem dormir e comer direito há dias, então só dei um blackout e resolvi parar. Então na próxima semana, dia 20, eu fui e gravei parte do roteiro, mas estava fazendo mais de 30ºC no dia e eu simplesmente não aguentei e passei mal novamente, ainda mais porque eu tinha feito a cena fumando cinco cigarros. Então, pra finalizar, no dia 21 eu retomei as gravações, começando às 19h e terminando às 2h, lá no Baiacu. Fiz uma super bagunça.


O resultado final ficou do jeito que esperava?

Olha, nunca o que eu faço fica exatamente do jeito que eu quero, mas é aquele ditado: Eu só consigo fazer aquilo que eu posso fazer. Não sou Deus pra fazer tudo perfeito. Mas eu gostei muito do resultado sim, ficou muito gostoso de assistir o visual set.


Já tem algum spoiler de quais serão os próximos trabalhos?

Como estamos vivendo um momento de retomada dos eventos, não consigo tomar uma decisão de qual caminho seguir. Isso vai depender das oportunidades que vão surgindo. Se eu me engajar no Tribal, eu lanço um próximo set de Tribal. Tenho também a ideia de fazer um set Tech House e outro Pop. Mas definitivamente não vou mais fazer um projeto tão grande como o Bestiário tão cedo por motivos de tempo, dinheiro e saúde mental.



Acompanhe a produção completa pelo Youtube


sexta-feira, 5 de novembro de 2021

Joshua Cavallo: Representatividade dentro do futebol masculino

 

Foto: Brendon Thorne (EFE)

Por Amanda Dombrowski

O futebol, desde a sua origem, é destinado mais para o público masculino. Nos dias de hoje o futebol masculino ainda recebe mais investimento do que o feminino, isso reforça uma cultura machista dentro do esporte.

Com isso, além da diferença que surge entre o esporte masculino e feminino, as pessoas LGBTQIA+ também sentem dificuldade em mostrar quem elas são dentro desse meio. Um exemplo disso é o jogado de febol Joshua Cavallo, do Adelaide United, da Austrália. O atleta se assumiu gay através de um vídeo que postou nas redes sociais no mês passado.

O camisa 27 enfrentou o medo que sentia, e por sua supresa recebeu muito apoio dos seus colegas de campo. Josh se assumiu só agora pois tinha medo que a sua sexualidade interferisse na sua carreira e o impedisse de fazer o que gosta, que é jogar futebol. 

Além do apoio dos colegas de equipe, Josh recebeu mensagens de atletas de outros times como: Antonine Griezmann, atacante do Atlético de Madrid, que afirmou sentir orgulho do atleta e Piqué, zagueiro do Barcelona, que agradeceu a Josh por dar um passo à frente em um espaço que ainda é atrasado.

Dentro do futebol masculino, Josh foi o primeiro atleta profissional em atividade a se assumir LGBTQIA+, dando um passo grande e abrindo espaço para muitos outros atletas que pecisam desse apoio e motivação.

sábado, 23 de outubro de 2021

O novo Superman: Este é o primeiro personagem LGBTQIA+ representado nos desenhos animados?

Por Amanda Dombrowski 


Foto: Reprodução/DC


Nos últimos dias as rede sociais foram bombardeadas com a notícia de que o novo Superman assumirá ser bissexual. Muitas pessoas se manifestaram negativamente como no caso do jogador de vôlei Maurício Souza, já seu colega de profissão, Douglas Souza, comemorou a importância desse marco.


Mas personagens LGBTQIA+ nos desenhos infantis são representados somente nos dias atuais? Podemos dizer que não. Em 1933 foi lançado um desenho chamado “Flip the Frog” que, em sua última temporada, mostrou um dos primeiros personagens queer. Nos anos 40, Pernalonga beija Hortelino em uma das cenas do desenho animado, mas nesse caso não seria uma conquista da comunidade pois foi retratado como forma de piada.


Já nos anos 50 a forma que personagens LGBTQIA+ eram representados nos desenhos mudou, eles não eram mais vistos como piada mas sim como vilões. Os personagens não eram assumidamente LGBTQIA+, eles eram retratados de forma subjetiva. Hoje consideramos essas representações como “queer bait“, utilizamos esse termo quando personagens LGBTQIA+ são criados de uma forma que não representa a comunidade, mas algumas características dele apontam para isso.


Entre os anos 1990 e 2000, canais exclusivos para desenhos animados foram sendo inseridos na TV à Cabo, transmitindo o famoso desenho “As Meninas Super Poderosas”. Neste programa existia o vilão que era um personagem chamado “Ele”, que era representado por um diabo com traços femininos e era reconhecido como “ele”.


Foto: Reprodução/Cartoon Network

Na sequência o desenho “Hora de Aventura” trouxe as personagens Princesa Jujuba e a vampira Marceline possuíam uma suspeita relação, até que nos episódios finais as duas se beijam e confirmam essa relação. Em seguida o desenho "Steven Universo”, nesse o personagem principal possui amigas extraterrestres que se consideram não-binárias.


Hoje em dia, o público está vendo que muitos personagens de desenhos antigos são da comunidade LGBTQIA+, como: a Velma de Scoob-Doo, que é lésbica e o Bob Esponja, que é assexual. E cada vez mais, como no caso do novo Superman, os criadores de desenhos animados estão se libertando na criação de suas obras de arte e fazendo questão de deixar a comunidade LGBTQIA+ bem representada.

sexta-feira, 15 de outubro de 2021

Você conhece o Rico Dalasam?

Por Amanda Dombrowski


Jefferson Ricardo da Silva, mais conhecido como Rico Dalasam, nasceu em Taboão da Serra em 22 de julho de 1989. Ele é cantor, compositor, rapper brasileiro, representante da comunidade LGBTQIA+ e assumidamente homossexual.


Foto: Letras.Mus.Br
 

O rapper fala sobre a aceitação da sexualidade nas músicas "Aceite-C" e “Não Posso Esperar”. Em 2016 lançou o seu disco de estreia intitulado “Orgunga” que faz referência ao “orgulho, negro e gay”. 


Rico Dalasam fez alguns feats famosos durante a sua carreira. O rapper ficou conhecido por conta da participação no clipe de Pabllo Vittar, “Todo Dia”. Além disso, fez produções com Gloria Groove, Rincon Sapiência e Emicida. O artista se impôs no mundo da música e conquistou um espaço no rap, fazendo o seu nome e espalhando música de qualidade em todo o Brasil.

sexta-feira, 8 de outubro de 2021

Participe da oficina de saúde mental LGBTQIA+

 Nos meses de outubro e novembro, a psicóloga Jussara Prado, em parceria com a Gataria Group irá realizar uma oficina de saúde mental voltada para o público LGBTQIA+.

Gravações do FridayTalk disponível no Instagram da Gataria. Foto: Arquivo


Por Amanda Dombrowski


Devido a sociedade machista e patriarcal, a comunidade LGBTQIA+ é constantemente bombardeada com mensagens negativas sobre sua natureza afetivo-sexual, além de correr riscos de ser atacada com violência, abuso e discriminação.


"Ser LGBTQIA+ em uma sociedade assim é ameaçar toda essa estrutura, apenas existindo. E tudo isso pode acarretar em sentimentos de medo, culpa e vergonha na pessoa LGBTQIA+, que adoece mentalmente", explica Jussara.


A discriminação do "mundo lá fora" não é o único problema que a comunidade precisa enfrentar. Alguns pessoas vivenciam a homofobia internalizada pois receberam uma criação e cultura praticada dentro da própria família.


Toda essa discriminação prejudica a gestão das emoções, a construção da autoestima e relacionamentos saudáveis. Por isso, a oficina irá trabalhar com diversos temas, como: autoestima, relacionamentos (família, amigos, trabalho, saudáveis ou abusivos), machismo, autorresponsabilidade e independência emocional e outros; além de ferramentas, técnicas e momentos para debates e a partilha de experiências. 


Serão 8 encontros com 2h de duração cada. Os encontros acontecerão aos sábados das 13h30 às 15h30 e terão início em 23 de outubro.


Inscrições com a Psicóloga Jussara pelo Whats:  wa.me/message/QQNF47ARX42LP1

sexta-feira, 1 de outubro de 2021

VICCO lança o seu primeiro álbum, KAMIKAZE!

    

Foto e Arte: Leopoldo S.


Por Amanda Dombrowski

No dia 24 de setembro deste, VICCO lançou seu primeiro álbum, intitulado KAMIKAZE. Desde o ano passado, o artista já tinha lançado três singles que fazem parte do álbum.


VICCO conta que o álbum foi se construindo durante o tempo. "Eu sabia que queria fazer música indie-alternativa, mas ainda não tinha nada definido como temática e estética", explica ele.


A verdadeira inspiração para cada letra foi as suas experiências do cotidiano, assim, o álbum foi ganhando forma. "Existe um pouco de mim e do que eu vivi em cada verso", conta VICCO.


2020 foi um período difícil para o artista por conta da pandemia, desemprego e depressão, escrever era o seu refúgio. Assim, suas músicas foram surgindo como uma forma de se expressar.


"Hoje, ver que as pessoas se identificam com o que eu escrevo é o que me dá paz. Perceber que a minha arte muitas vezes funciona como um abraço. O meu maior objetivo, no final das contas, foi esse", diz VICCO.

                          Foto: Divulgação


Desafios e alegrias

Para o artista, o maior desafio foi vencer a insegurança quando o single "Achados e Perdidos" saiu, pois nesse momento ele ainda não tinha uma persona artística.


Porém, durante o processo de criação do álbum, ele foi se construindo, perdendo o medo de cantar, de ser visto e de ser o centro das atenções. "Eu acho que o maior legado de KAMIKAZE é o que ele trouxe para mim mesmo, os aprendizados e o fortalecimento que tive", conta.


O single "Achados e Perdidos" é um relato muito sobre quem o cantor é e sobre o que ele enfrenta. " É incrível como ela mudou para mim conforme eu fui evoluindo enquanto pessoa e enquanto artista, escrevi em um momento muito difícil" explica o artista.


Processo criativo

VICCO conta que o seu processo criativo é mais um acontecimento. "Há dias em que eu acordo com uma letra ou melodia na cabeça e já corro salvar, mas tem dias que não consigo escrever nada. Eu digo que a minha inspiração vem das vozes da minha cabeça e é literalmente isso", relata o artista


Ouça o álbum completo:

KAMIKAZE on Spotify


sábado, 25 de setembro de 2021

Liniker lança o seu primeiro álbum na carreira solo

 

Foto: Leila Penteado/Divulgação


Por Amanda Dombrowski

Liniker é cantora, compositora, atriz e artista visual brasileira. Neste ano, lançou seu primeiro álbum solo, este que obteve um crescimento de 355% em streams na plataforma Deezer. 


A sua identidade visual andrógina, começou a surgir em 2014, quando ingressou em uma escola de teatro. A partir desse momento, em seus trabalhos artísticos passou a misturar turbante, saia, batom e bigode, unindo sua voz rouca e grave com a limpa e aguda.


A crítica que Liniker pode trazer para a sociedade é a desconstrução daquilo que é imposto como masculino e feminino. Nos seus trabalhos não se define como homem ou mulher, sendo a representação de uma pessoa não binária, mas a artista é declarada como uma mulher trans.


Antes de investir em sua carreira solo, a cantora fazia parte da banda “Liniker e os Caramelows”. A banda iniciou em 2015, lançando o primeiro EP intitulado como “Cru”, esse projeto teve milhões de visualizações. Já em 2020, foi anunciada a separação do grupo.


No dia 09 de setembro de 2021, Liniker lançou o seu primeiro álbum solo, intitulado como “Indigo Borboleta Anil”, que tem participação de Milton Nascimento e Tassia Reis. O trabalho possui 11 faixas e traz os gêneros soul, R&B, hip-hop, samba, samba-rock e pagode.


Esse álbum traz memórias da infância, adolescências, assim como romances, representatividade e amor-próprio. As músicas mais ouvidas são “Antes de Tudo” e “Baby 95”. Os números dessa produção são incríveis, o álbum deu à cantora um crescimento de 355% em streams na plataforma Deezer, sendo em sua maioria ouvintes na faixa dos 26 a 35 anos. Além de ter streams no Japão, Estados Unidos, França e Irlanda.

Julie San Fierro conta um pouco mais sobre os bastidores do seu visual set, o Bestiário.

Foto: Dezevecki / Edição: Julie San Fierro Por Amanda Dombrowski Bestiário é um Visual Set lançado por Julie San Fierro onde ela abre o seu ...