domingo, 29 de agosto de 2021

Dia da Visibilidade Lésbica: Conheça um pouco mais sobre a DJ Lamarca

 

Foto: Arquivo pessoal

 Por: Amanda Dombrowski

Hoje, 29 de agosto, é comemorado o Dia da Visibilidade Lésbica, data importante que trata sobre assuntos como agressões e invisibilidade das mulheres lésbicas. Para tratar sobre o tema, conversamos com uma de nossas DJ's, Andressa Lamarca. Confira a entrevista!
 

Além de ser DJ, você tem um outro emprego. Pensando nisso, quais as maiores dificuldades que você enfrenta no seu dia a dia como mulher e homossexual? Na vida no geral e no trabalho?

Atualmente, estou em uma empresa que respeita quem eu sou e me dá espaço para ter visibilidade sobre o vale e causa. Porém, por ser mulher e homossexual já tive experiências de tentativa de “inferiorização” ou de rotulação, mas, infelizmente, quem nunca, né?
 

Você tem algum relato de preconceito?

Bom, meu relato mais triste é ter sido perseguida por membros da própria comunidade lgbtqia+ da cidade. Isso são águas passadas, mas é sempre bom ressaltar que a homofobia as vezes coexiste em lugares e pessoas que a gente menos espera.

A sociedade cria tantos padrões que até dentro da comumidsde que já é “fora do padrão” esperam que você esteja dentro de algum padrão.

 

Qual a importância do dia da visibilidade lésbica para você?

Ter um dia de visibilidade nos da a oportunidade de dizer coisas que muitas vezes não dizemos em outras dias. É um dia de relembrar lutas e compartilhar ideias, principalmente nas redes sociais por conta do alcance hoje em dia.
 

Você sente que a comunidade LGBTQIA+ precisa dar mais voz para as lésbicas?

Sinto absurdamente! Até porque se formos parar para analisar a mulher lésbica ou até mesmo bissexual ainda é taxada de “fetiche” quando falamos de machismo.

Muitas vezes passamos por situações quando estamos em casal em que homens se sentem no espaço de dizer que falta algo, mas quando temos um casal homoafetivo com dois homens eu acredito que isso raramente acontece.

A mulher só por ser mulher já é diminuída pelo machismo e patriarcado diariamente, a mulher lgbtqia+ multiplica isso e muitas vezes nós precisamos aprender que nossa voz tem valor e não devemos nos calar.
 

A comunidade lésbica é unida? Você acha que precisa de algo a mais?

Bom, eu sou excessão para algumas regras por ter um círculo de amigas muito unidas das quais nos respeitamos muito, nos tornamos família. Mas ainda sinto que a comunidade as vezes alimenta coisas oriundas do machismo como a ideia de “competitividade feminina”, baita besteira! Já estamos em uma posição fora dos padrões da sociedade e alimentar esses tipos de comportamento só nos enfraquece. Quanto mais unidas formos, mais espaço teremos e consequentemente mais respeito.

Dentro do feminismo você acredita que precisa de mais espaço para as mulheres lésbicas?

Eu não sou especialista no assunto, mas é comum ouvirmos das más línguas que mulheres feministas são  lésbicas, “sapatão”. Então, não! Eu acredito que o movimento feminista já é fortemente construído por mulheres lgbtqia+ e que na verdade são graças a elas que algumas mulheres héteros estão abrindo a cabeça e a voz para lutar contra comportamentos tóxicos da sociedade.


Esta foi a entrevista com Andressa Lamarca. Relembramos a importância do respeito, da equidade e de dar voz para as lésbicas dentro da nossa sociedade. Esta data também representa um dia de reflexão sobre a história e as atitudes de hoje voltadas para essa comunidade.

sábado, 28 de agosto de 2021

Lil Nas X: O sucesso do artista LGBTQIA+ no mundo do Hip Hop

Foto: Redes sociais de Lil Nas X


Por Amanda Dombrowski


Que a representatividade é importante em qualquer seguimento da sociedade, isso todo mundo sabe, mas Lil Nas X está indo além.


O artista tem 22 anos e é natural de Geórgia (EUA). Lil estourou em 2019 com a música Old Town Road. Já neste ano, lançou duas músicas de sucesso. Industry Baby, em segundo lugar no TOP 50 - Mundo do Spotify, e Montero, em 11° lugar na mesma lista.


Lil já era muito ativo no Twitter, assim fez todos os seus trabalhos com o objetivo de haters comentarem sobre eles na rede social. Assim foi crescendo e tomando espaço.


Um de seus trabalhos, Montero, é composto por muitas cores, figurinos chamativos e boas coreografias. O clipe inicia com o cantor no céu e após ficar tentado pela serpente é julgado e desce até o inferno em uma dança de stripper. 


Claro que isso gerou muita polêmica, mas era exatamente isso que Lil Nas X queria e conseguiu o sucesso.


Industry Baby não fica muito atrás, o clipe também tem cenas que podem ser criticadas por conservadores. Como, por exemplo, Lil Nas X dançando com vários homens nus.


O ambiente do rap é muito machista e mesmo Lil sendo um artista LGBTQIA+ ele conseguiu se sobresair, mostrando que o talento é o que importa.


Um artista internacional, criando produções nesse nivel mostra a importância e necessidade de se impor, principalmente no mundo da arte e fazer com que o público saiba que os artistas não se esconderão mais.

sábado, 21 de agosto de 2021

Você conhece o significado de cada letra da sigla LGBTQIA+?

 Por Amanda Dombrowski

Foto: Vix.com


Cada letra possui um significado e uma história, e para que o respeito e a diversidade recebam o espaço que merecem é necessário cultivar o conhecimento. Acompanhe a nossa matéria e saiba um pouco mais sobre cada letra.


L


O “L” representa a comunidade lésbica, que são mulheres cis ou trans que se sentem atraídas de forma afetiva e/ou sexual por outras mulheres, sendo também cis ou trans.

O termo lésbica surgiu através da poetiza Safo, que escrevia sobre o amor e sexo entre as mulheres, sendo uma refrência quando se trata de relações homoafetivas. Safo também abriu uma escola para mulheres onde falavam sobre arte e poder feminino.

Infelizmente as lésbicas eram relacionadas à perversão e hoje, por meio de muita luta, a comunidade está construindo um espaço de respeito.


G


O “G” de gay representa homens cis ou trans que se sentem atraídos de forma afeitva e/ou sexual por outros homens cis ou trans. Assim como as lésbicas, o termo gay também era associado a coisas ruins. Neste caso era ligado a homens que eram viciados em prazer e diversão.

No século XIX, a palavra gay era utilizada para falar sobre homens ou prostitutas que se relacionavam com muitas mulheres.  Somente em 1930 que o termo passou a receber o significado que tem hoje.


B


Neste caso, a letra “B” representa os bissexuais que são pessoas cis ou trans que se sentem atraídas por mais de um gênero, sendo essa uma atração afetiva e/ou sexual. Ao contrário do preconceito de muitos, a bissexualidade não é uma confusão ou irresponsabilidade, mas sim a sexualidade de tais indivíduos, sendo ela bem definida.


T


O “T” da sigla representa a comunidade transgênero/travesti. Neste caso, o termo não representa uma orientação sexual, mas uma identidade de gênero. Sendo assim, a letra trata de pessoas que não se identificam com o gênero feminino ou masculino.

O termo “trans” vem do latim e significa “além de”. Pessoas dessa comunidade são aquelas que não se identificam com o gênero de nascimento, dessa forma sendo homens trans e mulheres trans.


Q


A letra “Q” representa o “queer”, que antigamente era um termo utilizado para ofender pessoas LGBTQIA+, pois significa “estranho”. O queer é o termo que inclui todos aqueles que não se sentem representados pela heterocisnormatividade, não sendo nem hétero e ne cis. Não estando incluídos áqueles que se identificam com o sexo e também com o gênero em que nasceram.


I


O “I” representa a intersexualidade, que não é uma identidade e nem uma orientação sexual. Neste caso, as pessoas possuem questões biológicas diferentes, onde nascem com uma anatomia reprodutiva e sexual que não corresponde com as “normalizadas” para homens e mulheres. 

Sendo assim, os cromossomos, gônodas, hormônios e órgãos externos e internos dos intersexuais estão variados em diversas condições não sendo possível apresentar uma definição binária do sexo biológico.


A


A letra “A” da sigla representa os assexuais, sendo essa uma orientação sexual, neste caso não existe atração sexual por nenhum gênero, apenas atração afetiva. Os assexuais se envolvem com pessoas em que se sentem atraídas, mas nesse caso não existe nenhum desenvolvimento para a relação sexual.


+


O “+” reúne todas as letras da sigla, que completa fica LGBTT2QQIAAP que representa, respectivamente, lésbicas, gays, bissexuais, transgêneros, 2 Spirits, queer, questionado, intersexuais, assexuais, aliados e pansexuais. Abrindo para toda a comunidade e disposta a incluir aqueles que necessitam.

quinta-feira, 12 de agosto de 2021

Mês da visibilidade lésbica: Basta de invisibilidade!

Bandeira do orgulho lésbico. Foto: Arquivo


Por Amanda Dombrowski


 O dia destinado a visibilidade lésbica no Brasil é 29 de agosto. A data nasceu após o primeiro Seminário Nacional de Lésbicas (Senale), em 1996.


Mesmo tendo uma data mais forte após o evento, o movimento lésbico surgiu em 1979 com o Grupo Lésbico-Feminista (LF).


A Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) lançou, em 2017, um dossiê sobre o Lesbocídio no Brasil. Fazendo uma comparação, no ano de 2000 houveram dois lesbocídios, já em 2017 houveram 54.


O dossiê ainda apresenta que mulheres de até 24 anos fazem parte de 57% dos lesbocídios e 83% dos agressores são homens.


Essa data é importante para a luta da comunidade, para dar mais visibilidade e para protestar contra as agressões sofridas por mulheres lésbicas. Neste dia as mulheres frisam a importância do respeito e a necessidade de um mundo mais igual.

domingo, 8 de agosto de 2021

Dia dos Pais: uma relação de amor e respeito

                           Foto: acervo pessoal 



Por Amanda Dombrowski

Com 28 anos, Layla Fran se assumiu lésbica para os seus pais, e com 30 para a
sociedade. Hoje, com 34 anos, explica que quando seus pais descobriram ficaram alguns
dias sem falar com ela. “Depois me falaram que o medo maior era o "Mundo lá fora". Com o
passar dos dias eles ficaram mais calmos”, conta.

O medo de contar para os pais era grande, por isso essa intermediação foi feita por
uma amiga. Após isso, a mãe de Layla começou a fazer diversas perguntas até mostrar que
sabia de tudo. Ela sente que seus pais a apoiam, respeitam, defendem e amam e também
entende que o medo do mundo é muito grande.
“Eu nunca sofri preconceito por parte dos meus familiares, mas de algumas visitas
sim. Eles sempre faziam aquelas famosas piadinhas, mas eu sempre revidei e coloquei eles
no lugar deles”, explica Layla.

Relação com o pai

O pai de Layla é quieto, mas, segundo ela, possui um coração gigante que através
de algumas atitudes demonstra o seu amor. Para o mundo, ele é o seu padrasto, mas como
a assumiu quando ela tinha 4 anos ele a criou e se tornou muito presente em sua vida.
“Meu pai é emotivo, brincalhão e coração mole. Nossa relação é de amor, respeito e
muita sinceridade. Em casa eu tenho minha base e meu porto seguro”, relata ela.
Layla aos 30 anos se sentiu livre para amar, mesmo com medo e culpa. 

O sentimento de poder ser quem ela é foi um alívio, pois sabe que antes estava mentindo para
ela mesma. “Eu estava certa que eu queria isso e que eu sou assim, cada um tem seu
processo e seu tempo. Graças ao universo eu tenho uma família que me respeita e fecha
comigo, isso me deixa mais segura”, diz Layla.

quinta-feira, 5 de agosto de 2021

A homofobia é um crime que não ataca somente a comunidade LGBTQ+



Pode parecer estranho, mas ataques homofóbicos mataram um menino heterossexual de 16 anos. Foto: Instagram


Por Amanda Dombrowski

Após postar um vídeo no Tik Tok, João Lucas Santos, filho de Walkyria Santos, recebeu diversos comentários homofóbicos. João Lucas é heterossexual e, segundo ele, fez apenas uma brincadeira com seu amigo.

No vídeo postado, os dois iam conversar e simulavam um beijo, o que na verdade não chegou a acontecer em nenhum momento. João Lucas sentiu a necessidade de realizar outra postagem na rede social pedindo desculpas.

Após tudo isso, o menino foi encontrado morto no condomínio onde morava com a mãe, em Natal, Rio Grande do Norte.

Walkyria comentou em suas redes sociais que seu filho já apresentava sinais e frequentava psicólogos. Mas a gota d'água para que o menino cometesse suicídio foi todo o ataque recebido.

A mãe pede para que todas as pessoas fiquem alertas, assim ninguém precisaria chegar ao ponto de cometer suicídio.

A homofobia é um mal tão enraizada em nossa sociedade, que chega ao ponto de atingir até mesmo pessoas heterossexuais. Se essa situação aconteceu dessa forma, imagina o que a comunidade LGBTQ+ passa na pele todos os dias.

segunda-feira, 2 de agosto de 2021

Camila & Júlia | Uma História de amor LGBTQ dentro do esporte no Paraná


Júlia (esquerda) e Camila (direita) posam com troféu. Foto: Divulgação


Por Amanda Dombrowski



Camila Costa, natural de Ubiratã (PR) e atleta de futsal. Em 2009 iniciou a sua carreira no esporte de alto rendimento, em Pindamonhangaba (SP), mesmo ano em que se assumiu LGBTQ+ para a sua família.


. A atleta passou por algumas equipes no estado de São Paulo até 2014, quando começou a atuar no Paraná, começando pelo clube Guarapuava. Em seguida jogou 5 anos por Cianorte e hoje defende o clube Stein da cidade de Cascavel.


Júlia Melz, natural de Iporã do Oeste (SC) e atleta de futsal. Em 2006 iniciou a sua carreira no esporte de alto rendimento, no Chimarrão de Estância Velha (RS). Em 2010 se assumiu LGBTQ+ para a sua família.


A atleta atua faz 15 anos e durante esse período jogou pelo Kindermman (SC), Unifor (CE), Bebedouro (SP), Guarapuava (PR). Hoje defende o clube de Cianorte (PR).


Dificuldades


O fato de ser mulher e LGBTQ+ no esporte pode trazer algumas dificuldades. Camila conta que sempre precisou enfrentar o machismo dentro do esporte, pelo fato de muitas pessoas acharem que o futsal não é para mulheres. Por outro lado, nunca sofreu LGBTfobia.


“Algumas pessoas tinham uma certa dificuldade em compreender no começo, (ela ser LGBT1+)  mas com a convivência se tornava natural”, explica Júlia.


Representatividade dentro das Olimpíadas


Camila considera que é muito importante pessoas com visibilidade e influência falarem sobre o respeito com a comunidade LGBTQ+. “A humanidade precisa de mais amor, não importa qual a forma dele”, completa Camila.


Júlia não tem uma opinião diferente desta sobre o assunto, ela considera que a representatividade nas olimpíadas é uma grande conquista. “Não que nas olimpíadas passadas não tivesse essa representatividade, mas hoje conseguimos falar, ser quem somos, sem tanta repressão. Para os futuros atletas isso é uma grande conquista, podendo ser sua essência dentro e fora das competições”, comenta Júlia.


Caminhos que se cruzam


Camila e Júlia se abraçam pós-jogo. Foto: Divulgação


Júlia e Camila se conheceram em 2013, jogando por Bebedouro (SP). Logo de início se aproximaram e construíram uma grande amizade que se transformou em um relacionamento amoroso.


As duas nunca deixaram que o relacionamento fora das quadras afetasse o rendimento. As atletas comentam que que apenas evoluíram devido ao grande diálogo e cobrança dentro e fora de quadra. “O diálogo é algo que priorizamos, claro que existem outras características que são base para nosso relacionamento como amor, confiança, respeito, reciprocidade, empatia, Mas o diálogo é fundamental”, relatam.

Hoje, as atletas não moram na mesma cidade, pois atuam em times diferentes. Júlia joga em Cianorte e Camila em Cascavel. Elas explicam que isso não interferiu no profissionalismo e nas responsabilidades.

Apesar da distância ser difícil, as duas consideram que amadureceram e aprenderam muito durante esse período. “Nesses 8 anos construímos uma família, uma unidade, na qual, queremos sempre estar juntas, independente do momento ou da circunstância”, comentam.


Julie San Fierro conta um pouco mais sobre os bastidores do seu visual set, o Bestiário.

Foto: Dezevecki / Edição: Julie San Fierro Por Amanda Dombrowski Bestiário é um Visual Set lançado por Julie San Fierro onde ela abre o seu ...