Por: Amanda Dombrowski
Hoje, 29 de agosto, é comemorado o Dia da Visibilidade Lésbica, data importante que trata sobre assuntos como agressões e invisibilidade das mulheres lésbicas. Para tratar sobre o tema, conversamos com uma de nossas DJ's, Andressa Lamarca. Confira a entrevista!
Além de ser DJ, você tem um outro emprego. Pensando nisso, quais as maiores dificuldades que você enfrenta no seu dia a dia como mulher e homossexual? Na vida no geral e no trabalho?
Atualmente, estou em uma empresa que respeita quem eu sou e me dá espaço para ter visibilidade sobre o vale e causa. Porém, por ser mulher e homossexual já tive experiências de tentativa de “inferiorização” ou de rotulação, mas, infelizmente, quem nunca, né?
Você tem algum relato de preconceito?
Bom, meu relato mais triste é ter sido perseguida por membros da própria comunidade lgbtqia+ da cidade. Isso são águas passadas, mas é sempre bom ressaltar que a homofobia as vezes coexiste em lugares e pessoas que a gente menos espera.
A sociedade cria tantos padrões que até dentro da comumidsde que já é “fora do padrão” esperam que você esteja dentro de algum padrão.
Qual a importância do dia da visibilidade lésbica para você?
Ter um dia de visibilidade nos da a oportunidade de dizer coisas que muitas vezes não dizemos em outras dias. É um dia de relembrar lutas e compartilhar ideias, principalmente nas redes sociais por conta do alcance hoje em dia.
Você sente que a comunidade LGBTQIA+ precisa dar mais voz para as lésbicas?
Sinto absurdamente! Até porque se formos parar para analisar a mulher lésbica ou até mesmo bissexual ainda é taxada de “fetiche” quando falamos de machismo.
Muitas vezes passamos por situações quando estamos em casal em que homens se sentem no espaço de dizer que falta algo, mas quando temos um casal homoafetivo com dois homens eu acredito que isso raramente acontece.
A mulher só por ser mulher já é diminuída pelo machismo e patriarcado diariamente, a mulher lgbtqia+ multiplica isso e muitas vezes nós precisamos aprender que nossa voz tem valor e não devemos nos calar.
A comunidade lésbica é unida? Você acha que precisa de algo a mais?
Bom, eu sou excessão para algumas regras por ter um círculo de amigas muito unidas das quais nos respeitamos muito, nos tornamos família. Mas ainda sinto que a comunidade as vezes alimenta coisas oriundas do machismo como a ideia de “competitividade feminina”, baita besteira! Já estamos em uma posição fora dos padrões da sociedade e alimentar esses tipos de comportamento só nos enfraquece. Quanto mais unidas formos, mais espaço teremos e consequentemente mais respeito.
Dentro do feminismo você acredita que precisa de mais espaço para as mulheres lésbicas?
Eu não sou especialista no assunto, mas é comum ouvirmos das más línguas que mulheres feministas são lésbicas, “sapatão”. Então, não! Eu acredito que o movimento feminista já é fortemente construído por mulheres lgbtqia+ e que na verdade são graças a elas que algumas mulheres héteros estão abrindo a cabeça e a voz para lutar contra comportamentos tóxicos da sociedade.
Esta foi a entrevista com Andressa Lamarca. Relembramos a importância do respeito, da equidade e de dar voz para as lésbicas dentro da nossa sociedade. Esta data também representa um dia de reflexão sobre a história e as atitudes de hoje voltadas para essa comunidade.