segunda-feira, 2 de agosto de 2021

Camila & Júlia | Uma História de amor LGBTQ dentro do esporte no Paraná


Júlia (esquerda) e Camila (direita) posam com troféu. Foto: Divulgação


Por Amanda Dombrowski



Camila Costa, natural de Ubiratã (PR) e atleta de futsal. Em 2009 iniciou a sua carreira no esporte de alto rendimento, em Pindamonhangaba (SP), mesmo ano em que se assumiu LGBTQ+ para a sua família.


. A atleta passou por algumas equipes no estado de São Paulo até 2014, quando começou a atuar no Paraná, começando pelo clube Guarapuava. Em seguida jogou 5 anos por Cianorte e hoje defende o clube Stein da cidade de Cascavel.


Júlia Melz, natural de Iporã do Oeste (SC) e atleta de futsal. Em 2006 iniciou a sua carreira no esporte de alto rendimento, no Chimarrão de Estância Velha (RS). Em 2010 se assumiu LGBTQ+ para a sua família.


A atleta atua faz 15 anos e durante esse período jogou pelo Kindermman (SC), Unifor (CE), Bebedouro (SP), Guarapuava (PR). Hoje defende o clube de Cianorte (PR).


Dificuldades


O fato de ser mulher e LGBTQ+ no esporte pode trazer algumas dificuldades. Camila conta que sempre precisou enfrentar o machismo dentro do esporte, pelo fato de muitas pessoas acharem que o futsal não é para mulheres. Por outro lado, nunca sofreu LGBTfobia.


“Algumas pessoas tinham uma certa dificuldade em compreender no começo, (ela ser LGBT1+)  mas com a convivência se tornava natural”, explica Júlia.


Representatividade dentro das Olimpíadas


Camila considera que é muito importante pessoas com visibilidade e influência falarem sobre o respeito com a comunidade LGBTQ+. “A humanidade precisa de mais amor, não importa qual a forma dele”, completa Camila.


Júlia não tem uma opinião diferente desta sobre o assunto, ela considera que a representatividade nas olimpíadas é uma grande conquista. “Não que nas olimpíadas passadas não tivesse essa representatividade, mas hoje conseguimos falar, ser quem somos, sem tanta repressão. Para os futuros atletas isso é uma grande conquista, podendo ser sua essência dentro e fora das competições”, comenta Júlia.


Caminhos que se cruzam


Camila e Júlia se abraçam pós-jogo. Foto: Divulgação


Júlia e Camila se conheceram em 2013, jogando por Bebedouro (SP). Logo de início se aproximaram e construíram uma grande amizade que se transformou em um relacionamento amoroso.


As duas nunca deixaram que o relacionamento fora das quadras afetasse o rendimento. As atletas comentam que que apenas evoluíram devido ao grande diálogo e cobrança dentro e fora de quadra. “O diálogo é algo que priorizamos, claro que existem outras características que são base para nosso relacionamento como amor, confiança, respeito, reciprocidade, empatia, Mas o diálogo é fundamental”, relatam.

Hoje, as atletas não moram na mesma cidade, pois atuam em times diferentes. Júlia joga em Cianorte e Camila em Cascavel. Elas explicam que isso não interferiu no profissionalismo e nas responsabilidades.

Apesar da distância ser difícil, as duas consideram que amadureceram e aprenderam muito durante esse período. “Nesses 8 anos construímos uma família, uma unidade, na qual, queremos sempre estar juntas, independente do momento ou da circunstância”, comentam.


Um comentário:

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